Editora: Nemo
Nº de páginas: 144
"Eu incomodava. Por quê? Simplesmente porque não ficava em casa, como todas as outras... Tinha um restaurante, trabalhava com homens, tratava-os de igual para igual e: estava ganhando dinheiro."
Pág. 61
O mundo de Aisha é um livro-reportagem em quadrinhos com
desenhos feitos pelo Ugo Bertotti inspirado nas fotos da fotojornalista Agnes
Montanari. Montanari passou um período no Iêmen, uma país árabe localizado na extremidade sudoeste da Península da Arábia. Através de fotos e
entrevistas Agnes retratou a vida das mulheres iemenitas. A mundo de Aisha conta a
história de diversas mulheres e seus encargos na sociedade. Uma delas, Aisha,
sente o peso da sociedade cair sobre suas costas quando passa pela adolescência e
começa a se transformar em uma mulher.
O livro constrói um retrato de uma cultura diferente da
nossa em que as mulheres são tratadas como
propriedade. Propriedade de seus pais, de seus maridos e da família de seus
maridos. No Iêmen é costume as mulheres andarem cobertas por um véu preto chamado niqab, mostrando apenas os olhos. Mas logo no começo, o livro esclarece que isso não
está nos escritos dos livros sagrados, são recomendações que os homens
impuseram nos anos anteriores. Recomendações essas que se instalaram na cultura
e, caso não sejam seguidas, tem sua punição.
Elas cresceram sabendo que se casariam cedo, e seriam
tradadas como propriedade de seu marido servindo para o satisfazer, cuidar dos
filhos e das tarefas de casa. Essa visão aos poucos vem mudando dentro da
sociedade iemenita, mas ainda é comum. O Mundo de Aisha nos possibilita ter a
visão de uma outra realidade das mulheres.
Por ser um quadrinho a leitura flui de uma maneira muito
rápida, sendo possível ler todo o livro em um dia. A mistura de fotos com os traços
do quadrinho nos faz lembrar que aquela é uma narração real. O mundo de Aisha
da voz e mostra os sonhos e desejos das mulheres Iemenitas, através do livro
vemos que elas possuem vontades e opiniões. São exemplos de mulheres fortes.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho bem valido olharmos para historias como essas, e prestarmos atenção na condição social dos indivíduos, num paralelo cultural daquilo que conhecemos, referente a liberdade e seus direitos.
ExcluirRealmente, estes são exemplos de mulheres fortes!
Sim!!! É uma maneira de conhecermos realidades diferentes
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